segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Entrelinhas

Tudo não passa de raiva, mas é raiva daquelas imensas, que te faz fechar o punho só de pensar em lembrar. Tanta, mas tanta raiva, que vira paixão. Um vício doido de não poder gritar em voz alta os ecos nas entrelinhas. São palavras em demasia para um espaço que nem físico é. As cores de um sonho, cenas repetidas nunca vividas até então, tédios preenchidos, tempo invisível - o relógio até parece quebrado - e raiva, muita raiva!
No pequeno baú lembranças e segredos. Flores secas, papéis dobrados e redobrados, sussurros nos corredores da escola e ao telefone. Mas baús não guardam segredos que, se se pudesse esconderíamos até de Deus, esses ficam na alma e insistem em não apodrecer. Baús não guardam lembranças das quais se quer esquecer, essas martelam na cabeça e insistem em não evaporar.
Como eu queria optar pelo correto! Como eu queria não mais errar, ser uma pessoa melhor... 
Eu não senti vontade de cantar uma canção, de ler um bom livro, de ver um filme mais uma vez por simples prazer. Não colori papéis, nem criei novas coisa. Tentei reformar os velhos objetos e esqueci os velhos sonhos.
Hoje as entrelinhas contam muitas coisas. Amanhã talvez elas se percam em algum pesadelo por aí - o pesadelo que nunca mais vou sonhar. Estou lutando contra belos fantasmas, sentindo medo de olhos profundos. E raiva, bastante amor!

2 comentários:

  1. As vezes o que mais a gente quer é não errar, é fazer o certo, é não ter errado, mas querendo ou não, nada é em vão, a gente sempre tira aprendizado das coisas que acontecem, e os erros servem para isso. Que lindo Rebecca !

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  2. Rebecca, te indiquei pra fazer o jogo dos 7, se quiser fazer tá lá no blog viu ? Beijo :*

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