sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Desejo de Ano Novo

O tempo me impede de fazer todos os meus desejos, mas dentre todos eles, se eu pudesse escolher apenas um, eu escolheria estar com você.

Feliz ano Novo a todos!!
(Ainda que eu não esteja muito otimista nesse momento e vendo Copacabana apenas pela TV. Tristeza!)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Agradecimento Aos Céus

Se me perguntares porque sumi, pedirei perdão. Não sei se é em razão dos afazeres ou se os afazeres são em razão da distração, que me faz pensar não ter outras coisas a fazer e assim, não ter tempo de lhes falar.
Perdão mais uma vez se as esqueci, juro não ser por mal! Adorava recitar sobre poesias e sonhos, dos que a gente sonha acordado ou dormindo - tanto faz, são todos sonhos, vontades ardentes, consequência do respirar. Saibas que ainda vejo o coelho na Lua...
E ainda que não me vejas, que seja só o vosso brilho - não te preocupes - eu vos vejo, confio e considero. É bom olhar para o alto, vos ver vigilantes e fiéis. É bom saber que tenho algum lugar para onde fugir depois daqui.
Das longas conversas olhando a pintura emoldurada pela janela, da chuva que passou e da espera; do entardecer, dos suspiros e do cheiro de terra; dos amigos deitados na grama, dos segredos e o pijama: A criança, a mudança e a lembrança.
Enfim estrelas, obrigada por ouvirdes minhas loucuras tagarelas!

"Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém… Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! (...) E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto… e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
[O Pequeno Principe - Saint-Exupéry]

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo 
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, 
Que, para ouvi-las muita vez desperto 
E abro as janelas, pálido de espanto... 

E conversamos toda noite, enquanto 
A Via Láctea, como um pálio aberto, 
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, 
Inda as procuro pelo céu deserto. 

Direis agora: "Tresloucado amigo! 
Que conversas com elas? Que sentido 
Tem o que dizes, quando não estão contigo?" 

E eu vos direi: "Amai para entendê-las! 
Pois só quem ama pode ter ouvido 
Capaz de ouvir e de entender estrelas". 


[Ouvir Estrelas - Olavo Bilac]

sábado, 25 de dezembro de 2010

There's Color Everywhere


"What's this? 
There's white things in the air
What's this? 
I can't believe my eyes
I must be dreaming
(...)

They're hanging mistletoe, they kiss
Why that looks so unique, inspired
They're gathering around to hear a story
Roasting chestnuts on a fire
What's this?

In here they've got a little tree, how queer
And who would ever think
And why?

(...)

They're covering it with tiny little things
They've got electric lights on strings
And there's a smile on everyone
So, now, correct me if I'm wrong
This looks like fun
This looks like fun
Oh, could it be I got my wish? 
What's this?"

[What's this? - The Nigthmare Before Christmas]

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Desnecessidade

Sinto sua falta e é irreal quando dizes que vem me ver. Te sinto tão incondicional e disposto...
Sei que gostamos das coisas não ditas, de deixar subentendido. Pra língua já achamos outro gosto. Mas gosto de você, o quanto ainda não sei medir. Sei que gosto. E ponto. E basta!
...pelo menos pra mim.
Talvez eu pudesse dizer mil coisas, florear e desenhar coraçõezinhos nas bordas da página. Mas é estranho, é como se eu sempre tivesse sentido isso, como se já soubesse desde sempre, como se o mundo soubesse desde antes de mim.
É simples, é comum e até ficar entediada do seu lado me deixa de bom humor... até você precisar ir embora de novo.
Amo os seus pequenos gestos. Quando você desenha com os dedos os traços do meu rosto e das minhas tatuagens, quando ri de mim e quando diz "não" se seguro o seu nariz. Gosto do seu cabelo molhado depois do banho - sei que você não. Da camisa listrada que você colocou no dia do meu aniversário (você realmente acha que eu precisaria de presentes te tendo aqui?). Gosto, enfim de quando você se preocupa comigo, pede pra eu tomar cuidado ou o remédio, pergunta se minha dor passou e como foi o meu dia.
Gosto do seu silêncio e tenho vergonha dos meus exageros.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Passatempo, Passa...

Pra falar a verdade eu já deveria estar dormindo, mas parece que tem algo pesado sobre mim: acho que me sinto menos "eu" quando escrevo pouco - ou não escrevo. Escrever é algo dos inquietos, faz parecer que o mundo é mais simples e compreensível.
Pensei em mil coisas para desabafar aqui, mas os minutos têm me odiado cada vez mais e acho que as horas estão aprendendo com eles, se afastam de mim ligeiro. A ultima semana foi intensa, tive pelo menos uns cinco aniversários (incluindo o meu, se perguntarem eu ainda tenho 18), passei no meu exame de moto (agora falta o carro), trabalhei bastante e entrei na pior crise de TPM da minha vida. Ontem, que na verdade é antes de ontem, fui na formatura dos terceiros de 2010 e morri de saudade da minha, quase disse "meus pesares" em vez de "meus parabéns" para os formandos. E já que comecei com isso... sinto falta demais da escola! Aquilo era meu porto-seguro, acordava de manhã, estudava e só fazia algo a tarde e a noite se eu quisesse. As coisas não eram obrigações e por isso era bem mais divertidas, pensar no amanhã era só um passatempo despreocupado e tranquilo, agora é só a decisão da minha vida.
Mas como diria Clarice "Enquanto eu tiver perguntas e não tiver respostas continuarei a escrever." 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fênix

 Desculpa se as vezes faço disso aqui um diário, mas é que nesse caso escrevo muito mais para mim mesma do que para os outros. Tenho medo de esquecer momentos legais ou difíceis - com os quais aprendo muito. Hoje foi um dia tranquilo, andei com minha irmã pelo comércio da cidade e faz um tempinho que cheguei da penúltima aula de moto, não vejo a hora de ter minha carta de motorista!
Mas não foi pra falar de hoje que começei com essa história de diário, quero falar do último sábado, dia 4 de dezembro. Foi nesse dia que vi diante dos meus olhos que sonhos mágicos não são impossíveis, que as vezes a gente para de acreditar nas coisas mas as coisas ainda acreditam a gente, que mortos ressurgem das cinzas:
Deviam ser umas 7:40, ou um pouco mais, a cortina do Theatro Avenida estava por abrir e eu diante de uma mesa cheia de botões, a luz em minhas mãos. Ansiedade era pouco, todas as palavras que seriam ditas lá embaixo foram escritas por mim.
Tive tantos medos. De errar, de não aparecer ninguém, de não gostarem, de acontecer um desastre...
Mas Deus é grande e deu tudo mais que certo. Só recebemos elogios sobre a nossa peça "A Liga Da Natureza" - roteiro meu, adaptação de Sillas Henrique, titulo de Viviane Rissardi e direção de Thiago Jacot - é um infanto-juvenil que valoriza a cultura indígena e o folclore, tem foco na lenda da Serra da Mantiqueira (região onde Espírito Santo do Pinhal se localiza), sem esquecer, é claro, o meio ambiente.
Casa cheia, tudo lindo, pessoal animado, mudas de árvores sendo distribuídas, lágrimas de emoção - um tanto de tristeza também, Trupe TAC passando por dificuldades, superaremos! - e convites para próximas apresentações.
Pra terminar, aí vão algumas fotos e trechinhos do roteiro:

Conta a lenda que havia uma Índia da Brava
Tribo Guerreira do Povo Tupi.Seu nome o
tempo esqueceu, seu rosto a lembrança
perdeu; só se sabe que era linda. Era tão
linda que todos a queriam, mas ela
não queria ninguém...




Suas lágrimas são um tanto ousadas por refletir minha
luz. Elas não podem fazer isso, toda a luz deve vir
apenas de mim. Portando terei que enxugar cada uma
dessas suas lágrimas impertinentes. Você é tão linda!
Tupã ergueu a maior montanha que existia e lá dentro
encerrou a Índia. O Deus-Sol, de dor, sangrou poentes
e quis se afogar no mar. Eu, pela dor daquele que
sempre amei, chorei infinitas estrelas em prantos de
luz. Mas ninguém sofreu mais que a Índia,tão bela,
que nunca mais poderá ver o dia, que nunca mais
sentirá o Sol. Ela chorou rios de lágrimas. Seu povo
esqueceu seu nome, mas a chamou de Mantiquira, a
"Serra-que-chora". Mantiqueira, a montanha que a
cobriu. Conta a lenda que foi assim...

PS: Obrigada a todos que ajudaram esse sonho ser real, desde nossos patrocinadores até amigos e família. E parabéns a toda a Trupe, que apesar das diferenças permaneceu unida e foi digna de orgulho. Vida longa ao Teatro!


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Palavras Que Não, Cenas Que Não

Vazio. Cheio de palavras que não escrevi. Amaria tê-las escrito, mas não sei se ainda é assim...
Achei que estivéssemos na mesma praia, olhando o mesmo mar. Seria só deixar marcas na areia e te encontrar. Te abraçar, te sentir, te falar, te beijar, te ser, te sonhar, te amar.
Estamos sim, olhando o mesmo mar, mas as areias são diferentes, grudaram nos meus pés e não me deixam encontrar a água que te toca do outro lado.
Talvez em outros tempos eu quisesse ser água. Ou talvez não gostasse dela. Ciúmes.
Argh! Não importa!
Nada. Todo de cenas que não vivi. Amaria tê-las vivido, mas não sei se isso é pra mim...
Fiquei quieta para saber se você sentia falta das minhas palavras, você me respondeu com silêncio... E se quer saber, eu senti mesmo falta das suas!
Silêncio. Gritando palavras que não disse. Amaria tê-las dito, mas não sei se ainda é o fim...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Xícaras e Café

A casa não parece casa sem ela. As coisas são todas as dela, incluindo o cheiro e a ausência.
É tudo espaçoso demais sem a presença silenciosa e gorda. Senti falta dos poucos resmungos de compreenção e do convite para o café. O café, este que gosto muito menos do que ela, estava ainda quente na garrafa, era fresco e me lembrava rugas e surdes. Nunca gostei de café, mas esse gosto na minha boca é dela. Gosto de café.
De xícaras também. Vazias da bebida. Cheias de cascas de goiaba nas férias de verão.
Separando os comprimidos de diabetes e pressão.
Medindo os ingredientes da receita..
De quantas precisaria pra contar minha vida mal feita?

Conto os minutos para o fim do expediente de maneira preguiçosa e covarde.
Sorte que ela volta no fim da tarde!