sábado, 31 de julho de 2010

Irrealidade Palpável

O mundo ainda pesa, mas agora eu encontrei o lado que flutua - há sempre um lado que pese e um lado que flutua a tua pele é crua ♫ - e ele flutua ainda mais agora que terminei de ler um livro, Talvez Um História De Amor de Martin Page. Sempre que chego a última página de um livro, o último parágrafo... me gera uma palpitação, uma ansiedade, a saliva pesa, o ar pesa, e quando enfim, a última palavra, tudo é fácil, até o sorriso no rosto é fácil, ter cérebro é fácil.
Todo o tempo que convivo com o protagonista, por muitas vezes que nem sequer existe, quando consigo sentir o que ele sente, as dúvidas, as angústias, os medos, as paixões e os amores, tudo o que ele tem é tão real e palpável quanto tudo o que tenho. E assim aquele ser irreal nasce dentro de mim e eu posso carregar comigo tudo o que ele de boa vontade decidiu dividir, passa a ser parte de mim. Cada serzinho desse me ajuda a descobrir um pouco mais de mim e eu sou grata à criatividade de cada escritor que brincou de Deus enquanto moldava um mundo em palavras.
Talvez Uma História De Amor não é um livro convencional para aqueles que gostam do final 'felizes para sempre', mas sim um livro para aqueles que se deixam surpreender com o que não é, mas poderia ou poderá ser. Um livro que permite imaginar possibilidades e todas elas igualmente incertas. Eu, como não me importo muito com o final - obviamente muitas vezes ele muda a forma como vemos as coisas - adorei especialmente a maneira como o escritor desenvolveu conflitos psicológicos, mistérios, humor e tudo mais. O final não é trágico e não me fez derramar lágrimas, mas não poderia ser mais apropriado. Então, para criaturas abertas a maneiras diferentes de se fazer literatura eu recomendo que leiam.

"Tinha vivido sete anos naquele apartamento. Tinha-o marcado assim como o pé transfere sua forma para um sapato. Será que se pode dizer a mesma coisa do mundo? Com nossa morte, será que a matéria do mundo guardará nossa marca? Será que os átomos consevarão os contornos dos nossos pensamentos? Pelo menos, pensava Vergile, o apartamento permaneceria, seus amigos continuariam vivos, seus livros e seus discos seriam adotados por outras pessoas."


obs.: fico devendo uma foto minha com o livro, que acabei de imaginar ;/

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Infelizmente Peixe Dentro D'água

Conselho: pulem o primeiro parágrafo

Finalmente consegui parar pra escrever, desde ontem estou tentando. As coisas ainda não andam muito bem, qualquer besteira me irrita ou, me deixa triste. Mas nesse fim de semana não tive tempo o bastante para pensar em tais coisas. Saí com os amigos na quinta e sexta, tive aniversário de criança no sábado, passei o domingo no sítio comemorando outro aniversário, o da Vânia, que me conhece desde quando eu nasci (ela me deu de presente uma tartaruga quando eu ainda estava na maternidade) e hoje saí para as compras em um ato consumista (consegui não comprar nada, eba), depois fui tomar café da tarde - um lanche natural que eu não esperava ser tão grande!

Fotografia: Sillas H.
Mas nem sempre toda a distração é suficiente. No domingo me pus a olhar os peixes no lago do sítio, e quando me vi, minhas lágrimas refletiam o sol - que por horas afagava o vento frio, por horas era quente em demasia - que batia diretamente no meu rosto. Sua idiota! Não acredito que você está chorando por conta dos peixes. É, eu estava. Não porque um dia eu poderia comê-los (não como peixe), mas por pertencer a espécie que o faz. E depois já nem era mais por isso. Diminui todo o mundo a um lago. E se nós não passássemos de peixes sendo pacificamente alimentados por uma mão que pensamos ser amiga e quando menos esperamos essa mesma mão corta nossas cabeças e tira tudo de dentro de nossos mórbidos corpos?
É difícil tentar nadar contra a correnteza quando nem há correnteza, é difícil tentar pular para fora da água quando o mundo lá fora pesa em seus pulmões mais que chumbo, mas também é difícil ser mais um no cardume que nada em círculos...
No fim, com a mesma facilidade com que me fecho em um aquário só meu para olhar o mundo através do vidro, eu mergulho de volta bem do meio do cardume de peixes fáceis quando minha prima se aproxima com um sorriso discreto no rosto.

sábado, 24 de julho de 2010

Espasmos Vermelhos, Silêncio Vapor

As coisas andam meio desconexas. A raiva abafa os gritos, a angústia contida. A tristeza abafa as lágrimas e os soluços que morrem no peito. Talvez isso até seja normal, exceto por eu não saber a causa nem a solução.
O ambiente pesa, o ar é menos respirável, meu coração parece que vai arrebentar o corpo inteiro em mil, três mil, milhões, infinitos pedaços. Mas agora eu estou sozinha e sentir a ausência, sentir ninguém - curioso quando se sente aquilo que nem é, quando a primeira coisa que se percebe é aquilo que não está aqui - , não ter que fingir...


Falta a ausência, falta o silêncio. A máscara volta!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A Funny Bear




Hoje o Sol nasceu no Leste. O mundo nunca muda, o que muda é nossa maneira de enxergá-lo. 
Já xinguei, chorei, espalhei toda sorte de coisas pelo quarto e nesse momento eu enxergo com olhos mais doces.
Não comi chocolate nem pisei em folhas secas, mas ouvi muita música, e isso ajudou a curar minha arritmia. A voz da Chan Marshall, mais conhecida como Cat Power é como calmante na veia pra mim. Quando a vizinha da rua de trás me acorda cedo com música sertaneja em alto e péssimo som, eu corro pra pegar o player e o fone de ouvido, colocar na Set List da Chan e dormir por mais um tempinho o sono dos que tem bom gosto e boas maneiras com a vizinhança.
Então para quem não conhece o vocal sussurrado e a música minimalista da estadunidense Cat Power, vai aí o myspace: http://www.myspace.com/catpower

It must just be the colors
And the kids that keep me alive
'Cause I'd wanna go right away
To a January night
I built a shack with an old friend
He was someone I could learn from
Someone I could become

Will you meet me down
On a sandy beach
We can roll up our jeans
So the tide won't get us below the knees

Yellow hair
You are a funny bear
Yellow hair
You are such a funny bear
Slender fingers
Would hold me slender limbs would hold me
And you could say my name
Like you knew my name

I could stay here
Become someone different
I could stay here
Become someone better

It's so hard to go in the city
'Cause you wanna say hello to everybody
It's so hard to go into the city
'Cause you wanna say hey I love you to everybody
When we were teenagers we wanted to be the sky
Now all we wanna do is go to red places
And try to stay outta hell
[Cat Power - Colors And The Kids]

Bobagens Vomitadas


Tem horas que o mundo parece um instrumento imbecil de tortura, parece que ele nunca se cansa de tentar ser cada dia pior. Hoje eu desejei até morrer, explodir, gritar até sangrar, não comer pra não ter mais forças. Não sei se devo sentir por essas atitudes não serem do meu feitio. Há alguns segundos atrás minhas palavras seriam, não mais felizes, só menos vomitadas. A ânsia que vem da alma pra afetar meu estômago me fez revirar os olhos e botar a língua pra fora.

Deus tinha me cedido um pouco de paz, eu estava pensando do porquê da sua demora, por que me deixa esperando e não vem dividir comigo a comida e os sorrisos? Do porquê de eu ainda ser obrigada a matar a sede da minha própria solidão. Cheguei a me ver naquela fita de cetim azul, do quanto sou parecida com ela, marcador de página dos meus livros, apenas passando os dias enfiada no meio de páginas que não sabem nada sobre mim, que só sabem meus olhos e alguns poucos murmúrios.
Eu sinto sua falta quando encosto a cabeça no travesseiro e não tenho em quem pensar, quando minhas mãos andam soltas pelo ar sem ter outra pra segurar, quando olho sozinha a Lua e ninguém pra... Sei lá!
Meus olhos vagam por todos os cantos do quarto procurando palavras que me ajudem a descrever isso que eu sinto. Assim, talvez 'isso' me deixe em paz. Mas não quero que a raiva passe, porque esse bolo na garganta me dá forças pra mostrar para o mundo que eu sou melhor. Me olhar de fora me torna menos do que eu sou, olhar o mundo de fora o torna melhor do que ele é. Mas eu estou dentro, bem no meio, eu sou o alvo. O alvo de mim mesma, cansei de mim, do nada que faço todos os dias, de toda a inutilidade, de toda a mágoa que causei sem querer, de toda a mágoa que me causam de propósito.
Não acho o propósito, o motivo de todas essas coisas, realmente não disseram que ia ser fácil, mas a tendência é abaixar a cabeça e chorar. E eu me pergunto mais uma vez 'o que eu vou fazer?', acho que continuar chorando até conseguir dormir, pra acordar bem depois do Sol e ver que a tortura ainda não acabou...

Ah, e desculpem por toda a contradição e incoerência do meu texto, ele reflete meu estado s:

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Risque o que você já fez

01. Pagar bebiba pros seus amigos.
02. Pegar num tubarão.
03. Dizer “eu te amo” sentindo amor de verdade.
04. Abraçar uma árvore.
05. Achar que vai morrer.
06. Ficar acordado a noite inteira e ver o nascer do sol .

07. Não dormir por 24hrs.
08. Cultivar e comer os teus próprios vegetais.
09. Dormir sob as estrelas.
10. Mudar a fralda de uma criança.
11. Ver uma estrela cadente.

12. Ficar embriagado.
13. Doar coisas pra caridade.
14. Olhar para o céu e achar o cruzeiro do sul.
15. Ter um ataque de riso na pior altura possível.
16. Fazer uma luta de comida
17. Apostar e perder.
18. Convidar um estranho para sair.
19. Fazer guerrinha de papel.
20. Gritar o mais alto que puder.
20. Pegar num cordeiro.
21. Andar de montanha russa.
22. Dançar como um louco e não se preocupar se estão olhando.
23. Falar com sotaque por um dia inteiro.
24. Estar mesmo feliz com a tua vida.
25. Ter dois hard drives para o computador.
26. Conhecer o teu país.
27. Cuidar de alguém embriagado.
28. Ter amigos fantásticos.
29. Dançar com um estranho. 
30. Roubar uma placa/sinal de trânsito.
31. Fazer um passeio de noite na praia.
32. Ficar de coração partido mais tempo do que se esteve realmente apaixonado.
33. Sentar na mesa de um estranho num restaurante e comer com ele.
34. Imitar uma vaca.
35. Fingir que se é um super-heroi.
36. Cantar karaoke.
37. Mergulhar.
38. Beijar na chuva

39. Brincar na lama.
40. Brincar na chuva.
41. Apaixonar-se e não ficar de coração partido. 

42. Visitar locais ancestrais.
43. Fazer uma arte marcial.
44. Entrar num filme.
45. Ser penetra numa festa. 
46. Ficar sem comer 5 dias.
47. Fazer um bolo sozinho.
48. Fazer uma tatuagem.
49. Receber flores sem razão.
50. Representar num palco.
51. Gravar música.52. Ter um caso de uma noite.
53. Guardar um segredo.
54. Cantar bem alto no carro e não parar quando perceber que tem gente olhando.
55. Sobreviver a uma doença em que se podia ter morrido.
56. Perder dinheiro.
57. Cuidar de alguém com dor de cotovelo.
58. Fazer uma festa legal.
59. Partir o coração de alguém.
60. Colocar um piercing.
61. Andar a cavalo.
62. Fazer uma grande cirurgia.
63. Comer sushi.
54. Ter uma foto sua num jornal
65. Mudar a opinião de alguém sobre alguma coisa em que acreditas profundamente.
66. Fazer de um inseto um animal de estimação.
67. Selecionar um autor importante que não trabalhou na escola e lê-lo. 
68. Comunicar com uma pessoa sem partilharem uma língua em comum.
69. Escrever a sua própria linguagem no computador.
70. Pensar que está vivendo um sonho.
71. Pintar o cabelo.
72- Salvar a vida de alguém.


Achei isso em um blog( http://ummsonhodeamor.blogspot.com/).
É uma bela lista! *-*

terça-feira, 13 de julho de 2010

I Love It!

Como assim hoje é o Dia Mundial do Rock e eu não sabia? Pois é, me senti a pessoa mais desinformada do planeta, eu que sempre fui amante do rock - levando em consideração o tempo em que já tinha consciência e gosto próprio, isso seria lá pelos 6 ou 7 anos.
Então depois de uma pequena pesquisa (mas pretendo ler mais sobre o assunto se a caçulinha mimadinha da minha irmã deixar) descobri que essa data não foi nomeada por mero acaso, é mais um dia de toda a atitude que o rock, seus artistas e seguidores tem. O dia de um festival que marcou a história da música em 1985, o Live Aid, que aconteceu ao mesmo tempo na Inglaterra e nos EUA. E por que justo esse festival? Simplesmente porque, além da música, também estava envolvida a preocupação social, a preocupação pela fome, pela desigualdade.
O Rock é realmente o melhor gênero que poderiam ter criado, bendito 5 de julho de 1954, em que alguns caipiras americanos juntaram seu country com o blues dos negros!
E quantos nomes importantes como: Elvis, The Beatles, The Rolling Stones,  Led Zeppelin,   Queen, Scorpions, U2 e tantos outros, Quem é que nunca ouviu falar de pelos menos um deles?

Foi durante minha pequena pesquisa que achei um site muito interessante com MUITAS coisas sobre o rock, http://www.abril.com.br/dia_mundial_rock/, adorei! E espero que vocês gostem também.
Queria poder escrever mais sobre esse assunto que sou viciada - a música faz parte da minha vida, me faz lembrar e sentir coisas incríveis - mas hoje vou ter que parar por aqui ;/

Rock and Roll!

domingo, 11 de julho de 2010

Sempre de brink's

Não faz muito tempo que cheguei de uma Festa Junina (na verdade, Julina). Então tive a curiosidade de saber de onde veio esse nosso costume, descobri que os europeus festejavam o solstício de verão no dia 24 de junho, mesmo dia de São João, por isso mais tarde se cristianizou a festa mantendo alguns costumes pagãos, como exemplo: a fogueira e a quadrilha (que na verdade tem origem francesa, "la quadrille"). Agora essas nossas festas são bem abrasileiradas, onde a fogueira normalmente aquece o frio, juntamente com os ritmos quentes da sanfona e viola e o quentão e chocolate quente.
Eu sei que o fato a seguir não tem nada a ver com Festas Juninas, mas foi inevitável não pensar desse modo: Ganhei na festa um desses ímãs de enfeite e enquanto conversava com uma amiga, eu brincava com ele. Foi quando sem querer eu arranquei o olho do bichinho, e por reflexo disse "Ixi! Quebrei o brinquedo!". Na hora me veio na cabeça uma grande escritora de minha cidade natal, São João da Boa Vista, a ilustríssima Orides Fontela. Um de seus versos por pouco não pulou da minha boca, nós da Trupe TAC costumavamos encená-lo, e aí vai ele:

Ludismo

Quebrar o brinquedo
é mais divertido.
As peças são outros jogos:
construiremos outro segredo.
Os cacos são outros reais
antes ocultos pela forma
e o jogo estraçalhado
se multiplica ao infinito
e é mais real que a integridade: mais lúcido.

Mundos frágeis adquiridos
no despedaçamento de um só.
E o saber do real múltiplo
e o sabor dos reais possíveis
e o livre jogo instituído
contra a limitação das coisas
contra a forma anterior do espelho

E a vertigem das novas formas
multiplicando a consciência
e a consciência que se cria
em jogos múltiplos e lúcidos
até gerar-se totalmente:
no exercício do jogo
esgotando os níveis do ser.

Quebrar o brinquedo ainda
é mais brincar
[Orides Fontela]


As vezes é impossível não pensar em poesia

sábado, 10 de julho de 2010

Órion

“A primeira namorada, tão alta
que o beijo não alcançava,
o pescoço não alcançava.
nem mesmo a voz a alcançava.
Eram quilômetros de silêncio.
Luzia na janela do sobradão.”
(Carlos Drummond de Andrade)

Há uns dois dias eu estava refletindo sobre assuntos variados e algo me levou a pensar nesse poema. Ele marcou meus poucos meses de cursinho, meu professor de Português, Paulinho, costumava recitá-lo em uma voz macia de algodão, tão mansa. Interpretar poemas com ele era a melhor coisa, me lembro dele contando sobre Órion, o caçador gigante apaixonado pelas Plêiades, elas querendo fugir pedem a ajuda de Zeus, que as transformam em pombas e depois em estrelas. Órion tenta se suicidar no mar, mas como era gigante, ainda que fosse para o mais profundo dos mares não adiantava. Por uma fatalidade ele é confundido com um alvo qualquer e tem a cabeça varada por uma flecha de Artemis, que em meio às lágrimas, pede para Zeus colocar Órion entre as estrelas. Para que Órion não voltasse a perseguir as Plêiades é colocada entre as duas constelações, a constelação de Escropião - único medo de Órion.
Tudo isso só pra explicar o quão longe está a primeira namorada, o quão impossível chegar até ela! Lindo!

domingo, 4 de julho de 2010

Sonho De Uma Menina


Já sonhei nossa roda gigante esconde -esconde em você
Já avisei todo ser da noite que eu vou cuidar de você
Vou contar historias dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores, tua primeira blusa de lã
Menina vou te guardar comigo

Teu sorriso eu vou deixar na estante para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte teu passo eu já sei de cor
Sei nosso primeiro abraço, sei nossa primeira dor
Sei tua manhã mais bonita, nossa casinha de cobertor
Menina vou te casar comigo
Vou te guardar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo
Menina guardo você comigo

Nosso canto será o mais bonito Mi Fá Sol Lápis de cor
Nossa pausa será o nosso grito que a natureza mostrou
A gente é tão pequeno, gigante no coração
Quando a noite traz sereno a gente dorme num só colchão
Menina vou te sonhar comigo
[O Teatro Mágico - Menina]


Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá
[...]
A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes é doce não

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah e o mundo é perfeito

[O Teatro Mágico - Sonho De Uma Flauta]

Minha Vida Antes Da Minha Própria


Wikipédia, a enciclopédia livre.
4 de julho: Dia da Independência dos Estados Unidos da América.

1187 - Na Batalha de Hattin, os muçulmanos, liderados por Saladino, derrotam os cruzados, comandados por Guy de Lusignan, reconquistando Jerusalém.

1776 - Representantes das Treze Colônias britânicas ratificam a Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, redigida por Thomas Jefferson.

1865 - O livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, é publicado na Inglaterra.

Nasceram neste dia...

1790 - George Everestgeógrafo e engenheiro britânico

1807 - Giuseppe Garibaldigeneral e condottiero italiano

1910 - Gloria Stuartatriz norte-americana.

Morreram neste dia...

1336 - Isabel de Aragão, rainha de Portugal

1934 - Marie Sklodowska Curiequímica franco-polaca

1948 - Monteiro Lobatoescritor brasileiro
Pra mim o 4 de Julho mais importante foi o de 1963. Tudo bem que eu ainda nem sonhava em nascer (só Deus sonhava), mas esse foi o dia em que começou as ultimas décadas da minha pré existência: o dia do nascimento do meu pai, Francisco. Sou grata a Deus todos os dias pela vida dele, sem ele, eu minha mãe e irmã não poderíamos nem sonhar em ser a familia linda e feliz que somos.
Pai, obrigado por você ser quem é, apesar de as vezes eu ser meio rude com você, a minha falta de educação (acho) não soma nem um milésimo do meu amor por você, que é incontável, imensurável . Como costuma ser aquele nosso antigo diálogo:
- Eu te amo!
- Me ama quanto?
- Do tamanho do mundo!
Hoje sabendo que tem coisas que vão muito além do mundo eu diria "Te amo do tamanho do infinito"


Para comemorar essa data passamos o domingo no sítio em meio a familiares e amigos...

Eu, Mãe e Pai (faltou minha irmã)
Alguns familiares e amigos
Coa do Sítio de Olho no Churrasquinho do Pai

sábado, 3 de julho de 2010

Na Ponta Dos Cílios

Ela só era mais uma pequena menina no meio de tantas outras, e no meio de tantas fantasias, tantos sonhos e tantas outras coisas também pequenas em um mundo enorme. Era só mais uma menina de cabelos cor-de-sol e olhos cor-de-terra. Mas os olhos, esses eram especiais, diziam tanto, diziam mais que a boca cor-de-rosa. E como diziam! Profundamente curiosos, singularmente simples, pareciam lamber cada detalhe, sentir gosto de cores e formas e querer contar cada experiência com tanta urgência, com tanta ânsia. Tudo preso na cadeia de impressões que é a mente, tudo guardado lá dentro...
Os olhos cresceram, cabia o mundo por de trás deles, e ninguém capaz de ir tão fundo. Os cílios tentavam fazer o que o pudor da língua não deixava. A íris tentava mostrar o que o dedo não apontava. Sentimentos guardados enquanto a pupila dilatava. Um dia se cansou, se fechou para o que nunca se fechava...