quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fênix

 Desculpa se as vezes faço disso aqui um diário, mas é que nesse caso escrevo muito mais para mim mesma do que para os outros. Tenho medo de esquecer momentos legais ou difíceis - com os quais aprendo muito. Hoje foi um dia tranquilo, andei com minha irmã pelo comércio da cidade e faz um tempinho que cheguei da penúltima aula de moto, não vejo a hora de ter minha carta de motorista!
Mas não foi pra falar de hoje que começei com essa história de diário, quero falar do último sábado, dia 4 de dezembro. Foi nesse dia que vi diante dos meus olhos que sonhos mágicos não são impossíveis, que as vezes a gente para de acreditar nas coisas mas as coisas ainda acreditam a gente, que mortos ressurgem das cinzas:
Deviam ser umas 7:40, ou um pouco mais, a cortina do Theatro Avenida estava por abrir e eu diante de uma mesa cheia de botões, a luz em minhas mãos. Ansiedade era pouco, todas as palavras que seriam ditas lá embaixo foram escritas por mim.
Tive tantos medos. De errar, de não aparecer ninguém, de não gostarem, de acontecer um desastre...
Mas Deus é grande e deu tudo mais que certo. Só recebemos elogios sobre a nossa peça "A Liga Da Natureza" - roteiro meu, adaptação de Sillas Henrique, titulo de Viviane Rissardi e direção de Thiago Jacot - é um infanto-juvenil que valoriza a cultura indígena e o folclore, tem foco na lenda da Serra da Mantiqueira (região onde Espírito Santo do Pinhal se localiza), sem esquecer, é claro, o meio ambiente.
Casa cheia, tudo lindo, pessoal animado, mudas de árvores sendo distribuídas, lágrimas de emoção - um tanto de tristeza também, Trupe TAC passando por dificuldades, superaremos! - e convites para próximas apresentações.
Pra terminar, aí vão algumas fotos e trechinhos do roteiro:

Conta a lenda que havia uma Índia da Brava
Tribo Guerreira do Povo Tupi.Seu nome o
tempo esqueceu, seu rosto a lembrança
perdeu; só se sabe que era linda. Era tão
linda que todos a queriam, mas ela
não queria ninguém...




Suas lágrimas são um tanto ousadas por refletir minha
luz. Elas não podem fazer isso, toda a luz deve vir
apenas de mim. Portando terei que enxugar cada uma
dessas suas lágrimas impertinentes. Você é tão linda!
Tupã ergueu a maior montanha que existia e lá dentro
encerrou a Índia. O Deus-Sol, de dor, sangrou poentes
e quis se afogar no mar. Eu, pela dor daquele que
sempre amei, chorei infinitas estrelas em prantos de
luz. Mas ninguém sofreu mais que a Índia,tão bela,
que nunca mais poderá ver o dia, que nunca mais
sentirá o Sol. Ela chorou rios de lágrimas. Seu povo
esqueceu seu nome, mas a chamou de Mantiquira, a
"Serra-que-chora". Mantiqueira, a montanha que a
cobriu. Conta a lenda que foi assim...

PS: Obrigada a todos que ajudaram esse sonho ser real, desde nossos patrocinadores até amigos e família. E parabéns a toda a Trupe, que apesar das diferenças permaneceu unida e foi digna de orgulho. Vida longa ao Teatro!


8 comentários:

  1. Rebecca,
    Apenas uma dignissima escritora como voce seria capaz de reproduzir aqui neste post a emocao vivida por nos no ultimo dia 4. Primeiro, muitissimo obrigado pela sua fantastica ajuda. Segundo PArabens por palavras tao belas. Que a critividade, o espirito e o amor ao teatro continuem em seu ser! MErda!
    Thiago Jacot.

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  2. Cheguei hoje no teu blog e primeira coisa que digo UAU, um roteiro teu.. imagino que sonho e todas as tuas sensações! parabens e sucesso ;D

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  3. Nossa, que legal você escreveu o roteiro de uma peça! Parabéns! Eu me interesso por escrever pra teatro mas como é difícil arranjar alguém pra encenar o texto acabo desanimando. Consegui que montassem uma esquete minha no final de 2009, aqui no Rio, tem até o video aqui no blog, embora não seja uma gravação muito boa, e o texto também, "32 anos de balé" é o nome... Mas enfim, muito bom!
    Bjs

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  4. Ai sério ? Que legal.. ilhabela é encantadora né?

    beijos.. também estou te seguindo aqui.

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  5. Gostei do seu jeito de escrever; não chateia e entretem. Muito bom.

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  6. Adorei , gostei do texto, um diário quando compartilhado se torna crônica e retrato de uma vida e uma época determinada, e quanto a peça pareceu muito interessante.

    "suas lágrimas são um tanto ousadas por refletir minha luz. Elas não podem fazer isso, toda a luz deve vir apenas de mim. Portando terei que enxugar cada uma dessas suas lágrimas impertinentes." isso foi fantástico algo indefinido entre um amor e uma vaidade pessoal do divino. também me questiono isso, se Deus caso exista é amor ou vaidade, ou o mais provável, um pouco dos dois.

    parabéns Rebecca.

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