terça-feira, 28 de setembro de 2010

(In)Presença

Seus pés abaixo dos meus, eles dançam de modo desajeitado e terno. Há uma música, mas a que ouço vem de dentro de nós, de um sonho ou lugar nenhum, um ritmo descompassado e simples. É fácil ser criança ao seu lado. O seu rosto descobrindo o meu, até que sua boca foi surpreendida pela minha. Me lembro dos seus lábios, chantily e veneno. É engraçado, quando queremos que as mentiras se tornem verdades elas são verdades! Creio que os tique-taques tenham cansado de contar nossos beijos. Até eu mesma dormia. Então seu braço envolvia o meu pescoço, seu corpo desenhava o meu. O encantamento do sono. A luz além da janela. No fundo da minha cabeça, os olhos distantes pelos quais eu sempre vejo o mar.

Um comentário:

  1. Maravilhoso! Me recordei muito de uma música que amo, 'No muro do Sacré-Coeur, de uniforme e olhar de rapina, nossos bailes no clube da esquina, quanta saudade' Te amo!

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