sábado, 1 de maio de 2010

O que fazer quando você tem que tomar a decisão mais importante da sua vida e ainda não ta pronto pra isso?
Eu decidi apenas tentar ser feliz.
É lógico que a vida não se resume a uma só decisão, por isso eu passei a acreditar que "os sonhos se reciclam" -- eu não to pronta pra deixar uma vida pra trás. Mas não foi fácil, de certa forma, decidir isso; a cabeça fervilhava de dúvidas (ainda fervilha, mas me sinto mais a vontade agora), os olhas ficaram vermelhos de tanta incerteza e angustia que brotavam deles, não me sentia bem em nenhum lugar que não fosse no meu mundo particular (se eu pudesse viveria só nele).
Foi em um desses momentos perturbados que escrevi:

Diário

Os pés gelados, o pensar que pira,
na respiração a ausência.
Tudo não passa de um inspira-expira:
Silencioso som monotono. Persistência!

A luz que acende é a mesma que apaga.
O dia que traz o calor é o mesmo que afaga,
traz frio, angustia e todo o contrário:
O certamente de hoje é o duvidar diário.
[30/04/2010]

Depois disso senti que o fardo era do papel, não mais meu, dormi bem nos braços de Deus (que para os gregos seria Morfeu).
Duas coisas me marcaram nesse período de decisão, na verdade foram mais que duas, pois eu tive total apoio dos meus pais (eles também tomaram parte do meu fardo), mas foram duas coisas que meu pai me disse: "não pude realizar meu maior sonho, então eu tento ser o melhor naquilo que faço" e "o maior no reino de Deus é aquele que serve com alegria".
Dias antes de me dizer isso, no começo da semana, ele tinha me pedido ajuda com seu trabalho, que estava atrasado, eu disse que não poderia ajudar porque tinha que estudar (uma coisa que já não me fazia mais feliz, odeio exatas!).
Ontem e antes de ontem passei o dia com ele, há um bom tempo não me sentia tão util e feliz. Servi com alegria a pessoa que me serviu durante minha vida toda, e se eu não to pronta pra ser a melhor em outro lugar, eu vou ser a melhor aqui. No momento foi a melhor decisão que pude tomar..


Obs.: ontem eu fui pra um dos meus últimos dias de cursinho, enquanto esperava o bus chegar sentei em um canto excluido peguei um livro (sempre carrego um comigo, são minha paixão)para ler sob a luz do poste, O Mundo de Sofia. Um dos amigos que fiz lá veio se despedir e perguntou "O que você ta lendo?", eu disse o nome do livro e do que se tratava "...um romance sobre a história da Filosofia" acho que ele ficou um pouco surpreendido "Nossa! Você é muito diferente..". Era exatamente como eu me sentia, "diferente", aquele ambiente a minha volta não era o meu, eu não precisava de nada daquilo, nem aquilo precisava de mim, por isso me refugiei no livro. enquanto pensava que meu pai ainda precisava de mim e que eu precisava ta junto dele, vi o quanto sou importante no meu mundo, que não posso simplesmente deixá-lo pra trás.

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