Talvez eu seja o que você odeia. Provavelmente eu vá te chatear, como já tenho feito.
Eu sou a blusa do avesso, o nó-cego do cadarço, a meia sem par, a sua parte preferida daquela música - exatamente onde o disco riscou. Sabe aquele esfolado na capa de quase todos os seus livros? Sou eu.
Eu sou o vento que bagunça seu cabelo, a cicatriz no seu queixo, as gotas das quais você tenta se esconder debaixo daquele guarda-chuva patético, eu sempre molho seus pés. Porque eu sou a poça de água no caminho, a borboleta que pousou no seu estômago, aquele inseto qualquer que você engoliu e engasgou. Lembra quando tropeçou na calçada? Ou quando pisou na merda? Pode se zangar, era eu!
Se ri da sua cara? É lógico!
Mas não se importe tanto comigo, eu sou só o detalhe, a alma, o motivo e a história que te trouxe até aqui.
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