Ela estava feliz. Por que? Por nada... e por tudo!
Lá dentro tinha silêncio e aqui fora a chuva, o frio e o inverno. Mas quem se importa? - Eu me importo - pensou ela fechando os olhos, abrindo a boca e estendendo o mais que podia as mãos pro alto. Ela engoliu constelações, galáxias e universos, era como alcançar as muitas estrelas que passeavam pelo céu, as gotas explodiam e pareciam cintilar nas extremidades de seu corpo. Ela gostava assim, os extremos são aliados das paixões e ela costumava gostar de paixões...
Era bom sentir o choque do frio em seu rosto, saber que tinha sangue e coração, que ainda estava viva - as vezes se esquecia disso, mas lá estava ela, dançando e cantarolando de madrugada no jardim, debaixo do seu velho amigo céu nublado. Esquecera propositalmente o guada-chuva.
Respirou fundo e foi para o conforto das cores quentes. O Cabelo ruivo molhado, o barulho dos saltos ecoava pelo corredor, pela luz, pelo silêncio. Mas quem se importa? - Ninguém. As melhores coisas são feitas para serem tidas como desimportantes - Ela notou que respirava, tinha alguém no espelho.
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