Ainda é um pouco cedo pra eu dar minhas experiências diárias por encerradas, mas é que hoje foi muito proveitoso: tantos pensamentos, raciocínios, conclusões e inconclusões. Apesar de o dia parecer curto pelas coisas que pré programei, ele pareceu imenso pelo tanto de coisas que decorreram.
Meu dia começou ao som de Itália vs. Eslováquia. Eu não entendo nada de futebol, mas sempre achei os mundiais da Fifa fantásticos, tantas pessoas do mundo inteiro concentradas em um único 'lugar', tantas línguas e culturas diferentes se entendendo e convivendo. Minha avó já não acha a mesma coisa "O que vocês ganham vendo isso?", então me lembrei da minha grande e inseparável amiga Renata, vira-e-mexe ela diz "... e o que eu ganho com isso? Também não sei. FELICIDADE!". O resultado do jogo foi emocionante (quase chorei e agora só falta eu chorar em comercial de margarina porque em comercial de doação de orgãos já chorei), Eslováquia ganhou de três a dois, teve gente chorando, dançando, cantando, mandando beijos...
Tá! Mas não foi pra falar de futebol que eu comecei escrever. Acabei nem vendo o jogo da tarde porque estava junto de uma das minhas paixões: os livros! Me exclui no meu quarto, "O Mundo de Rebecca" pra tentar terminar de ler meu livro "O Mundo de Sofia", de Jostein Gaarder.
O primeiro capítulo que li foi sobre Darwin, nunca gostei muito das aulas de Biologia sobre A Teoria da Evolução, principalmente porque excluíam totalmente Deus do processo de Criação. É absurdo dizer que Deus não tem nada a ver com tudo o que existe, porém, também é absurdo negar que as coisas não mudam. Desde que raciocinei isso, concluí: Deus é pai da Criação e da Evolução. Que mal tem em pensar que Ele já fez as coisas com o propósito de mudar e evoluir? E quando me deparei com uma citação no livro vi que minha reflexão tem fundamento e fiquei super feliz: chegaram a afirmar que seria um feito ainda maior criar algo que já trouxesse dentro de si a possibilidade latente de evoluir, em vez de criar para todo o sempre alguma coisa pré-estabelecida em todos os seus detalhes.
Passando para o próximo capítulo, ainda no clima naturalista, li sobre Freud. Também achava ele meio entranho quando relacionava tantas coisas a sexualidade, mas hoje conheci um outro lado que gostei: o valorização do sonho como uma forma de comunicação do inconsciente, que foi o que inspirou o Surrealismo na literatura e nas artes. Então comecei a analisar os meus sonhos das últimas noites e o que mais me deixou intrigada foi o sonho de umas duas ou três noites atrás, onde eu corria por um navio, sempre em frente e por um bom tempo para encontrar alguém. Me lembro de muitas pessoas a minha volta, o mar muito azul e claro que mais parecia o céu cintilando infinitas estrelas numa noite de lua cheia, a luz do sol tênue que tornava o ambiente aconchegante e o clima agradável e eu ainda correndo. Quando eu achei quem eu procurava, descobri que era eu mesma, mas com um rosto pouco familiar...
O que será que esse sonho quer dizer? O que Freud diria? Que estou em crise de auto-identidade? Ok, deixa pra lá!
Dei uma pausa na minha leitura e fui ajudar minha avó, ela tem mania de reclamar e hoje era sobre a pouca velocidade com que o dia passava, então tive que começar com meu discurso de como a vida é fabulosa e de que a gente muitas vezes perde grandes oportunidades de desvendar alguns dos incríveis mistérios do mundo e que pra ela o tempo perece não passar pela pouca questão de preenchê-lo. Resolvi dar uma ajudinha e li pra ela alguns trechos de "O Pequeno Príncipe". Apesar de ela ter dito que o desenho número 1 do autor era um chapéu, as perguntas que ela fazia continham a curiosidade de uma criança: "Mas e os pais dele?", "Onde ele consegue roupas?" e etc.
Momentos desse tipo são raros, como quando ela falou sobre a 2ª Guerra Mundial (fiquei maravilhada, minha avó se lembra da 2ª Guerra!), hoje ela me pareceu uma criança debaixo de uma pele enrugada.
Mas voltando ao Mundo de Sofia, é ótimo! Aprendi a gostar de Filosofia... e só mais um fato notável com que me deparei nesse meu dia: comecei a ler o livro no início de maio e os primeiros capítulos do livro relatam sobre os primeiros dias de maio, agora estou saindo pra ir na festinha de aniversário da minha tia Joana, ela tem esse nome por ter nascido na dia de São João, enquanto no livro Sofia acerta os últimos preparamentos de sua festa filosófica ao ar livre, também marcada para a noite de São João. Coincidência incrível!
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