Sou instável, incerta.
O reflexo no espelho é vivo
mas não se assemelha a nada
que me é conhecido, parece
mudo mas tem me dito
coisas que não sei entender.
Meu coração transborda
eu só não sei o quê.
Tinha meu cabelo entre
os dedos, agora tenho
as dúvidas e uma caneta.
De expressão retorcida, olhar
analítico azul e roxo, encoberto
pelo mesmo cabelo de entre os dedos,
agora já é desconhecido.
Vecê deveria estar dormindo
mas decidiu virar as costas
e eu não me importo em
fazer o mesmo. Imito.
Não sei se persisto ou
se apenas desisto!
Desisto! Não, apenas
persisto. Mas não sei te
imitar, o mesmo fazer
sem me importar. Eu não
virei as costas, não decidi
dormir. Você não deveria ser
a desconhecida.
Os dedos pelo meu cabelo
encobertos, roxo e azul no
olhar retorcido pela expressão.
Canetas e dúvidas
entre os mesmos dedos,
entre os mesmos cabelos
que já não sei se, realmente estão
transbordando de um mesmo coração
que entende as coisas que não sei,
dizendo-me de maneira muda
parece-me algo conhecido mas
nada assemelha-se ao que
vivo é: O reflexo no espelho
incerto, instável.
Espelho-me
Resultado de um dos meus diálogos ou monólogos (?) com o espelho.
Dentro de meu próprio corpo uma alma vazia de mim mesma...
Dentro de meu próprio corpo uma alma vazia de mim mesma...